segunda-feira, 11 de junho de 2012

Grupo é fundamental para dar suporte no tratamento


A psicóloga da Comunidade Terapêutica Feminina, Teresinha Collaço, explica que o perfil da dependente química do sexo feminino assistida pela entidade tem a partir dos 12 anos, ensino médio incompleto, sem trabalho ou emp

As mulheres chegam decididas a se submeterem ao tratamento, pois não aguentam tantas perdas e sofrimentos, ou então por medo de prejuízos maiores. Terezinha esclarece que admitem a derrota pela doença (adicção) e pedem ajuda, pois sozinhas não conseguem lidar com a doença.

Os relatos de uso até o desenvolvimento da doença são parecidos, observa a profissional do Grasa. Experimentam por curiosidade, de forma esporádica ou episódica até o consumo descontrolado aonde passam a viver só em função do uso (compulsão). O pensamento e comportamento estão focados na droga. A ideia fixa (obsessão) é satisfazer sua "vontade" e necessidade fisica e mental. Quanto à dependência psicológica é um impulso forte (compulsão) para o uso constante e alívio do sintoma. Iniciam normalmente com a maconha, cocaína, o álcool e, por último, o crack que, por vezes, é associado ao álcool, revela.

Boa vontade e honestidade

Para a psicóloga o tratamento é possível, porém, "não tem cura e sim controle". A paciente deve entender que precisará trabalhar uma nova rotina de vida, pois antes não fazia escolhas próprias por ser escrava de sua compulsão, reforça. Outros cuidados: evitar rituais que trazem qualquer lembrança e alterações biopsicológicas no organismo e mente, aprender a lidar com a compulsão, além de boa vontade e honestidade. O tratamento dura seis meses em sistema de residência terapêutica, com entendimento da doença, dos 12 passos e aplicação em sua vida prática de sobriedade progressiva.

A família é muito importante no processo de recuperação. Terezinha explica que tanto os familiares quanto a própria adicta (dependente químico) são afetados com a doença. A co-dependência muitas vezes cria clima de insegurança constante na família que, por outro lado, tenta compensar a falta de controle e limites da dependente. Todos necessitam de ajuda e o grupo de autoajuda é fundamental para dar esse suporte, orienta a psicóloga. O Grasa oferece esse tipo de atenção, por meio de partilhas e palestras, com o objetivo de inserir a familia neste contexto, de forma a orientar e auxiliar no enfrentamento da doença.

Fonte: Cruzeiro do Sul

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