sexta-feira, 27 de abril de 2012

AA ajudam dependentes do álcool há mais de 40 anos em Manaus


Para prepararem melhor os profissionais a lidar com essa doença, os Alcoólicos Anônimos promovem o XIII Seminário para Profissionais na quarta-feira (18).

Estudos apontam que o consumo moderado de álcool - levando um parâmetro de uma dose por dia para mulheres e duas doses por dia para homens - pode ajudar na prevenção de doenças coronarianas. No entanto, ultrapassar essa marca incontáveis vezes pode ser um sinal de alerta para uma doença crônica; o alcoolismo. 

Pesquisa do Ministério da Saúde, divulgada na terça-feira (10), avaliou o consumo de álcool nas capitais brasileiras. A média de Manaus, 22%, deixou a capital entre as dez que menos consomem álcool. Para melhorar ainda mais estes dados e ajudar a reduzir ainda mais esses dados, os grupos de Alcoólicos Anônimos de Manaus (A.A.) têm desempenhado um trabalho fundamental.

Estabelecido na capital amazonense há mais de 40 anos, o A.A. realiza um trabalho de irmandade, através de seus 12 passos e 12 tradições, para recuperação do alcoolismo. Homens e mulheres se ajudam mutuamente, compartilhando suas histórias de vida para ajudar quem passa pelo mesmo problema. São quase dois mil membros, 113 grupos no Amazonas, sendo 70 em Manaus. 

Luiza*, participa de um dos grupos há 23 anos, mas antes de se conscientizar sobre a doença, se viu perder tudo, inclusive a família. "Comecei a beber, quando o meu emocional era atingido, mas não tinha o controle de parar, tinha compulsão. A família começou a se preocupar e alertava, até mesmo sóbria, eu tinha a consciência de que aquilo não era normal. E eu perdi tudo, casamento, trabalho e até a vontade de viver", contou.

Foi no dia 13 de maio de 1989 que ela entrou para o A.A. e começou a ouvir histórias de quem tinha o mesmo problema. Demorou cerca de seis anos, para se restabelecer. "Houve uma pessoa que eu me identifiquei totalmente, era como se ela estivesse contando a história da minha vida. E é nesse ambiente de solidariedade e respeito que muitas vidas são mudadas todos os dias. Consegui recuperar a minha família e a confiança. Retomei meu próprio negócio e a minha vida ", afirmou. 

O médico Olney Fontes, custódio não alcoólico de A.A., que veio a Manaus para o um seminário com o tema, atesta que muitos estudos são feitos para se descobrir a causa do alcoolismo. "Há diversas teorias sobre o tema. Dizem que certas pessoas possuem um cromossoma alterado que determina. Outra hipótese seria sobre um fator cultural, onde se cultiva o consumo das bebidas", explanou.

Fontes ainda apontou os sintomas da dependência do álcool e os tratamentos. "O alcoolismo é uma doença crônica, progressiva e incurável, que a própria pessoa consegue perceber. O individuo já apresenta faltas no trabalho e recebe advertências da família, tentam mudar de bebida, quando percebem que aquela traz algum problema e quando há uma parada súbita, as pessoas perdem o controle. Claro que existem medicamentos, mas quando o estágio é muito avançado e no A.A. a recuperação é a longo prazo, com índices menores de recaídas", explanou. 


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